O Crescer e o CRESCER

Quer um aumento? Mude de emprego. Essa é uma expressão que tenho visto ser utilizada de forma frequente por alguns consultores de gestão de pessoas.

Internacional

Minha geração é a mais Colorada de todas. E sempre será!

É Hora de Abandonar o "Complexo de Vira-Lata" e Arregaçar as Mangas

Certos acontecimentos são cíclicos. Não importa a época, de tempos em tempos eles se repetem. Mudam um pouquinho aqui ou ali, mas preservam a mesma essência...

A Legião Urbana Vence Tudo. Até o Tempo.

A eternidade é o prêmio concedido àqueles que realizam feitos notáveis, únicos ou não, mas que são capazes de perdurar a ponto de serem lembrados por diversas gerações subsequentes...

"Cer" ou "Não Cer"

- Como esse pessoal da TI gosta de falar em certificações - disse um amigo que é consultor de RH. Tem lógica..

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Se Meu Fusca Falasse - Capítulo 14: Desmontagem das Partes Móveis

14/02/2014

Passados alguns dias de espera, chegamos a mais uma etapa da desmontagem do Fuscão antes de ir para a funilaria. Foram retiradas todas as partes móveis: portas, capô dianteiro e tampa do motor.

Diferente do que aconteceu com o motor, dessa vez tive umas surpresas positivas. Segundo o pessoal da oficina onde estou fazendo a restauração, as portas nunca haviam sido tiradas do lugar, estavam ainda com os parafusos originais e lacres da fabrica. Foi meio complicado retirá-las por conta disso, mas estava tudo tão íntegro que até os parafusos originais talvez possam ser reaproveitados. 

Eles também estão sempre elogiando a integridade da estrutura do carro, isso vai certamente facilitar o trabalho e tende a deixar o resultado final melhor. É possível notar isso em algumas das fotos a seguir:

A abertura do motor, como no geral, está bem íntegra






Capô só precisa de pintura

Sem as portas pela primeira vez na vida



Painel de Jacarandá isolado
 
Detalhe da dobradiça da porta, que nunca foi retirada antes. Reparem na marca que ficou.

Enfim,  a estrutura do carro estava excelente, praticamente toda original e sem muitos reparos a serem feitos na lata. Nada de podres e tal. Isso vai deixar as coisas mais rápidas.

Só posso dizer que tenho gostado bastante da seriedade do pessoal até agora e do conhecimento que eles possuem nos VW. É só bater um papo com o Enio (proprietário) ou com o Nicolas (da oficina), que você já tem uma noção disso. O que mais me deixou contente é que eles são apaixonados por Fusca, como eu. Isso faz toda a diferença.

Aproveitando que o carro está no atelier para fazer a funilaria, consegui tirar algumas fotos da oficina.


Kombi Standard, restaurada pela Cia do Fusca e prontinha para embarcar para a Europa


Sobre o Fusca 1966 de alguns posts atrás, ele é de um cliente. O cara pagou uma merreca pelo carro. Só os pijaminhas já valem o que ele pagou, acho. Interessante é que o pessoal da oficina teve de convencer o dono a não fazer "tuning" no carro. Ele queria botar umas rodas de liga, rebaixar, etc. Seria um desperdício sem tamanho. Esse carro merece ser original, mesmo que esteja com o motor condenado. Vejam as fotos e me digam se não estou certo:



Motor, infelizmente, precisa ser retificado


Forrações originais ainda


Capas Procar de época




Pijaminhas intactos por baixo das capas


Nada que uma lavagem não resolva





Se meu Fusca falasse, ele diria: - estou me sentindo pelado!




domingo, 13 de abril de 2014

Se Meu Fusca Falasse - Capítulo 13: O Primeiro Contratempo

08/02/2014

Como toda restauração, é quando a gente desmonta o carro que começa a perceber alguns pequenos defeitos. Este aqui pode ser meio complicado. Como vocês podem ver nas fotos abaixo, há um "conserto" feito com Durepoxi, que poderia indicar que há uma rachadura no bloco do motor. Estava vazando um pouquinho de óleo por ali... E adivinhem? Tinha uma rachadura mesmo!

O motor ia ser desmontado para ser limpo e pintado, mas agora precisaria de uma retífica. Só que, após desmontar o motor para checar o tamanho do estrago, decidimos fazer outra coisa: iremos comprar um bloco novo e instalar no lugar do antigo. Não optamos pela retífica por dois motivos:


- O bloco do motor do Fusca é dividido em duas metades. A parte remendada com massa estava escondendo uma parte quebrada que ocupava um pedaço das duas metades do bloco, bem no cantinho. Poderíamos até tentar soldar, mas certamente não ficaria tão bom, empenaria o bloco e continuaria o vazamento. E custaria mais caro que comprar um bloco novo. Ou seja, o custo seria alto e as chances de ficar bom eram pequenas;

- Poderíamos tentar comprar um bloco com numeração remarcada, mas, mesmo sendo possível e legal ter um bloco remarcado no RS, isso seria um problema para a questão da originalidade e obtenção da placa preta, pelas consultas que fizemos. Como eu quero o carro o mais original possível, essa opção também foi descartada.

Reparem na quantidade de massa escondendo a rachadura no bloco









Sendo assim, conseguimos um bloco novo, em bom estado, sem rachaduras e com numeração original. O trabalho agora será recadastrar o novo bloco junto ao Detran e partir do zero com a montagem do motor e restauração/pintura das peças. Um contratempo, mas que é mais do que comum num processo de restauração completa como este que estamos fazendo. Vai atrasar um pouco o processo. Faz parte.

Se meu Fusca falasse, ele certamente estaria preocupado com o "transplante" que vai sofrer. Mas vai dar tudo certo.






sexta-feira, 4 de abril de 2014

Se Meu Fusca Falasse - Capítulo 12: Segue a Retirada das Peças

08/02/2014

Numa primeira impressão, desmontar um Fusca pode parecer algo simples e fácil. Mas, em se tratando de um modelo 1500 que possui muitos detalhes em relação aos Standards, essa ideia cai por terra.

A retirada das peças e acabamentos levou cerca de três dias para ficar concluída. Além do que foi retirado, como visto no post anterior, agora saem de cena a tapeçaria e o motor, que serão recuperados mais adiante.

As peças menores que fora retiradas serão guardadas em caixas catalogadas com os dados do carro, para que não se misturem com peças de outros carros que estão sendo restaurados na oficina. Assim que as peças foram todas retiradas, o carro voltou para a garagem, à espera de uma vaga no atelier de funilaria e pintura. Enquanto aguardava, eu aproveitei e tirei umas fotos do que acontece ao redor dele.



Bancos e volante original recém retirados. Apesar de escurecido, o padrão original do banco é bem claro, chamado de "Castor". Serão mantidos, para efeitos de originalidade e porque as reproduções de hoje em dia têm qualidade muito inferior.



Motor 1500 no chão. Será todo desmontado e pintado, para ficar como novo.
 
Peças e acabamentos serão organizadas em caixas maiores e catalogadas, com as informações do carro.

Dentro da garagem, havia uma Kombi novinha, recém restaurada e que estava com seu passaporte carimbado para a Europa. A Cia do Fusca exporta esses carros para fora do país. Kombis como essa, com vidro dianteiro "Safari" (nome dado por ele ser basculante), são muito procuradas por estrangeiros de países que já aboliram os carros antigos das suas frotas. Com o Fuscão em um ambiente claro, fica fácil notar o porquê de ele precisar de uma pintura. Toda a parte dianteira do carro estava pintada com um outro tom de verde, provavelmente por ter sido feito um conserto rápido, decorrente de uma batida dianteira.


Repare na diferença no tom do verde com que a dianteira foi pintada.


Filhotes passeiam tranquilamente pela garagem

Gostou da Kombi com janelas Safari? Esqueça, já foi vendida...


Sem motor
 
Ficou um vazio aqui...


Volante provisório, só para manobrar a carcaça


Fuscão completamente oco


Assoalhos originais. Painel de Jacarandá não será retirado para não ser danificado. Será isolado para a pintura.


Vidros e acabamentos removidos


Normal encontrar sujeira debaixo dos tapetes. Apenas as laterais do chiqueirinho anda eram originais. Mas eu tenho a parte central para colocar depois.

Reparem na chapa interna da lateral traseira. Não tem pintura. Ou seja, ainda está com o tratamento original da fábrica, comum na época, já que ninguém via.


Abaixo do banco traseiro, ainda está bastante íntegro. Felizmente, é mais sujeira do que problemas.

Em se tratando de oficina de restauração, sempre acabam aparecendo algumas coisas interessantes para quem gosta do meio antigomobilista. Nesse dia, além da Kombi na garagem, havia também um Fusca 1966 recém chegado, cujo dono queira fazer um conserto no motor, que estava sem funcionar. O carro estava parado há anos (note que ainda está usando placas amarelas). O mais interessante é que o dono queria fazer uma personalização no carro, mas havia itens ali dignos de coleção. Os bancos, por exemplo, estavam com raras capas Procar. 

Pra melhorar, debaixo das capas ele escondia as forrações originais, do tipo "Pijaminha", ainda mais raras de se encontrar inteiras. O pessoal da oficina tratou de convencer o proprietário a manter a originalidade e até fez oferta de compra do carro e dos bancos, mas sem sucesso. Cada um com suas manias. O carro estava bem detonado, mas só os bancos valiam no mercado mais do que foi pago pelo veículo todo. Enfim, daquelas coisas que não se vê todo dia. Só não consegui tirar fotos internas do Fusca branco porque ele estava no elevador, mas tentarei conseguir umas em breve. 




Fusca 1966 aguardando para ter o motor retificado


Reparem na placa amarela. Este carro não roda há algumas décadas...

Bancos de Kombi originais, esperando a sua dona voltar da restauração




Esse é o tipo de coisa que só se encontra em oficinas que fazem um  bom trabalho. Além de contar a história da restauração do Fuscão, irei colocar um pouco mais dessas histórias e contar um pouco sobre a Cia do Fusca nos próximos posts. Aguardem.


Se meu Fusca falasse, certamente estaria dando umas cantadas naquela Kombi lá na garagem...




quinta-feira, 3 de abril de 2014

Se Meu Fusca Falasse - Capítulo 11: Início da Desmontagem

06/02/2014


Enfim, chegou o dia de colocar a mão na massa! Depois de tanta espera, comecei finalmente a restauração do carro. Nessa etapa se faz a desmontagem inicial, onde retiram-se o motor, tapeçaria, vidros, acabamentos e demais "miudezas". Defeitos mais gritantes podem aparecer agora, mas a maioria só será vista mesmo quando se fizer a retirada das partes da lataria, como portas, para-lamas e capôs. E essa parte mais pesada não será feita no mesmo local. Assim que essas partes menores forem retiradas, o carro será levado diretamente para o atelier responsável pela funilaria e pintura, que fica em outra cidade. 

Depois disso, iremos verificar o que precisa ser feito em termos de funilaria, para só então começar a preparação para a pintura da carroceria. Apenas depois desse processo o carro retornará para a Cia do Fusca para ser montado novamente, já com as demais peças faltantes restauradas ou compradas.




Fiação desorganizada, mas sem maiores defeitos.
 
Lentes traseiras retiradas. Não serão aproveitadas. Serão substituídas por originais Polimatic

Pequena "gambiarra" escondida no limpador


Polainas dianteiras retiradas. Além de feitas, estavam colocadas de maneira errada, basta olhas as marcas.
 
Polainas traseiras também retiradas. Assim como as dianteiras, serão descartadas. O carro pronto não terá esse acessório.



Acabamentos das portas retirados. O Eucatex será trocado, mas a forração original, ainda que desgastada, será mantida


Mecanismos dos vidros das portas estavam intactos.
 
Luz de placa e logotipo retirados


Lanternas traseiras completamente retiradas, assim como a maçaneta da tampa do motor.

Frisos e retrovisor também saíram fácil

Fuscão sem faróis e piscas. Lâmpadas também não eram as corretas para o modelo
 
As canaletas das portas parecem ser os únicos pontos com um pouco de ferrugem. Boa notícia.


Pessoal da Cia do Fusca fazendo a desmontagem na sombra, porque ninguém aguenta esse calor do verão gaúcho

Vidros basculantes traseiros escondiam sujeira...

... e também um pouquinho de ferrugem superficial.

Vidros das portas são desmontados com todo o cuidado, pois ainda são os originais de fábrica, da Blindex.

Para-brisas e cromados retirados

Nenhum friso mais.

Outra pequena gambiarra descoberta: algum dono anterior soldou o para-choque dianteiro na estrutura do carro.

Tanque ainda está com a pintura de fábrica. Tentaremos manter o mesmo tom de "lata" na nova pintura.


Se meu Fusca falasse, ele diria que sabe que agora não tem mais volta.