07/11/2013
Sempre fui do princípio de que carro antigo tem que rodar.
Ficar parado é coisa de museu. Faz bem para a saúde do carro. Num dia desses,
estava parado no sinal vermelho quando, um rapaz, num JAC J3, acertou a traseira
do meu Honda Fit, que é o carro que uso no dia-a-dia. Até nessas horas é
importante termos sorte. A minha foi que o cara que bateu no meu carro era uma
pessoa honesta, reconheceu o erro e acionou o seguro dele imediatamente. Porém, eu ficaria uma semana sem carro.
Logicamente, pensei em usar o Fuscão para ir ao trabalho, ao
menos em um desses dias. Sim, porque às vésperas do verão é meio complicado
andar no trânsito aqui sem ar condicionado. Mas topei e resolvi ir com o
besouro até o trabalho. O mais engraçado é a diferença que a gente sente no
trânsito contemporâneo estando em um carro de quatro décadas atrás. Parece que
tomo mundo vai passar por cima de você. A gente não tem noção disso estando em
um carro moderno. Realmente, ou as pessoas estão com muito mais pressa, ou isso
é efeito da tecnologia. Particularmente, acho que é um pouco das duas coisas. E
também tem a questão da segurança. Na hora do rush, você se sente bem menos
seguro num carro antigo.
Bem, o carro estava meio empoeirado, mas fui com ele mesmo
assim. Chegando ao trabalho, deixei-o no estacionamento do prédio, no meio de
todos aqueles carros novos. O interessante é que, naquele andar do prédio,
existem dois Fuscas “Itamar” e um Puma GTS estacionados, pegando poeira.
Provavelmente são de algum colecionador que os mantém ali. Ele bem que podia
lavar de vez em quando. Muita gente, mais tarde, veio até minha mesa me
perguntar se o Fusca que estava na minha vaga era meu mesmo...
A volta foi um pouco difícil. Como ainda era horário de
verão, saí do escritório com o sol ainda alto. Quando estava quase chegando em
casa, faltando algumas quadras, o carro não engatou mais marcha nenhuma e tive
de parar. Ainda bem que não tinha sido na rodovia. Dei sorte, novamente. Liguei
para o mecânico que mora perto da minha casa e ele foi até lá, pra me ajudar.
Como qualquer um conserta um Fusca com um arame e um alicate, demos um jeito de
engatar a marcha à força, mexendo na junção que se acessa por baixo do banco
traseiro. Era o suficiente para levar o carro até a oficina. No dia seguinte,
pudemos ver que o estrago não era tão grande assim. A primeira indicação era de
que a embreagem tinha ido “pras cucuias”. Olhamos o carro por baixo e vimos que
a embreagem, incrivelmente, ainda era a original. Algo raro, para um carro
daquela idade. Mas o problema foi mesmo no cabo. Substituímos e ficou
funcionando normalmente. Talvez troque a embreagem mais adiante, mas só se
precisar. A dele ainda estava em bom estado.
No outro dia, foi a vez do pedal do acelerador quebrar. Era
daqueles de plástico. Encontrei um original num ferro-velho perto da minha casa
e eu mesmo substituí. Foi aí que eu vi que o carro podia andar muito mais do
que eu pensava. O pedal anterior realmente era muito ruim perto deste novo, que
fazia o sistema funcionar corretamente e sem nada para trancar. Depois disso,
não tive mais nenhum problema mecânico.
Se meu Fusca falasse, ele diria: - Desculpa, isso nunca me aconteceu antes...
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